segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Você sabe amar?

Eu estou aprendendo. Estou aprendendo a aceitar as pessoas, mesmo quando elas me desapontam. Quando fogem do ideal que tenho para elas, quando me ferem com palavras ásperas ou ações impensadas. É difícil aceitar as pessoas assim como elas são, não como eu desejo que elas sejam. É difícil, muito difícil, mas estou aprendendo. Estou aprendendo a amar. Estou aprendendo a escutar, escutar com os olhos e ouvidos, escutar com a alma e com todos os sentidos. Escutar o que diz o coração, o que dizem os ombros caídos, os olhos, as mãos irrequietas. Escutar a mensagem que se esconde por entre as palavras corriqueiras, superficiais; Descobrir a angústia disfarçada, a insegurança mascarada, a solidão encoberta. Penetrar o sorriso fingido, a alegria simulada, a vangloria exagerada. Descobrir a dor de cada coração. Aos poucos, estou aprendendo a amar. Estou aprendendo a perdoar. Pois o amor perdoa, lança fora as mágoas, e apaga as cicatrizes que a incompreensão e insensibilidade gravaram no coração ferido. O amor não alimenta mágoas com pensamentos dolorosos. Não cultiva ofensas com lástimas e autocomiseração. O amor perdoa, esquece, extingue todos os traços de dor no coração. Passo a passo, estou aprendendo a perdoar, a amar. Estou aprendendo a descobrir o valor que se encontra dentro de cada vida, de todas as vidas. Valor soterrado pela rejeição, pela falta de compreensão, carinho e aceitação, pelas experiências duras vividas ao longo dos anos. Estou aprendendo a ver, nas pessoas a sua alma e as possibilidades que Deus lhes deu. Estou aprendendo. Mas como é lenta a aprendizagem! Como é difícil amar, amar como Cristo amou! Todavia, tropeçando, errando, estou aprendendo... Aprendendo a pôr de lado as minhas próprias dores, meus interesses, minha ambição, meu orgulho quando estes impedem o bem-estar e a felicidade de alguém! Como é duro amar! Eu estou aprendendo. E você? SABE AMAR?

EPITÁFIO: Quando eu era jovem e livre, sonhava em mudar o mundo. Na maturidade, descobri que o mundo não mudaria. Então resolvi transformar meu país. Depois de algum esforço, terminei por entender que isto também era impossível. No final de meus anos procurei mudar minha família, mas eles continuaram a ser como eram. Agora, no leito de morte, descubro que minha missão teria sido mudar a mim mesmo. Se tivesse feito isto, eu teria sido capaz de transformar minha família. Então, com um pouco de sorte, esta mudança afetaria meu país e, quem sabe, o mundo inteiro.
(Os dizeres acima foram encontrados no epitáfio de um bispo anglicano, na Abadia de Westminster, século XII)

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